domingo, 15 de março de 2009

FLOR CAMPINO

Chegas com gaivotas
veleiro contra o vento
e tudo o mais sobra.

cerro os olhos:
dentro das pálperas
desenho o teu rosto.

Teu corpo
um aceno às aves
que alto voam

Sumptuosa coberta de seda
contra a minha pele, a tua.

Com a sombra das ásvores
Confunde-se a seiva
e a sede que nos uniu.

Ficaram por colher
em tuas mãos as cores
exultantes do verão.

Lá fora a minha solidão
vagueia com a tua ausência.

Levo a mão ao rosto
para enxugar um lágrima tua.

No teu rosto
leio com ternura a ruína
que ameaça o meu.

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